Janeiro de 2013 Surgem os primeiros sinais
do cumprimento dos objetivos do orçamento, a maioria das pessoas começa
a ter de optar entre comida e a prestação da casa ao Banco Fevereiro de 2013
Aumenta a pressão dobre o Governo mas o Governo não recua na estratégia
orçamental, começam os primeiros distúrbios violentos, alguns polícias
recu
sam controlar a ação dos manifestantes.
Muitas famílias da classe média recorrem agora aos bancos alimentares.
Março de 2013
Conhece-se o défice de 2012 que ficou perto dos 10% e dá-se pela
primeira vez uma reformulação governamental de fundo, Vítor Gaspar
(considerado por Passos Coelho como muito brando) é substituído por
Fernando Ulrich e António Mexia ocupa agora a pasta da economia.
O
Governo inicia de imediato a guerra à evasão fiscal mas sem qualquer
resultado, pois devido ao aumento galopante da economia paralela o
sistema não permite determinar quais as empresas que de facto fogem aos
impostos e as que não fogem. Na dúvida, todas são obrigadas a pagar,
mesmo as que nada deviam.
O horário de trabalho aumenta para as 60
horas sem direito a pagamento de horas extras e as empresas passam a ter
o direito de celebrar contratos diários com os trabalhadores.
O Governo oferece passagens de avião a todos os que queiram emigrar.
As pensões e todos os apoios sociais diminuem 50% (algo que quase leva à
demissão do atual Ministro das Finanças que considerou a medida
demasiado generosa).
Abril de 2013
O Governo vê-se
obrigado a aumentar ainda mais o IRC, o IRS e o IVA para fazer face ao
acréscimo da quebra de receitas causadas pela falência em massa das
empresas e da generalizada insolvência das famílias. Entretanto com a
saída em massa da população o Governo decide fechar escolas e hospitais.
António Mexia acumula agora a pasta da Economia com a da Saúde e da
Educação
Sem dinheiro para as balas a polícia passa a andar desarmada.
A criminalidade dispara.
Maio de 2013
As empresas denunciam aquilo a que chamam uma verdadeira perseguição e
fiscal, e somada aos significativos aumentos nos impostos (IRC) começam a
abandonar o país em grande número. A emigração continua também a
ocorrer em grande número com todas as vantagens que isso tem para o
país. Somando o efeito da emigração ao da fuga de empresas, o desemprego
decresceu de 35% para 25% em apenas três meses de governação. Devido ao
elevado IRC e à elevada oferta de mão-de-obra, os salários dos
trabalhadores descem vertiginosamente.
Começa a censura nos meios de comunicação social.
Junho de 2013
As empresas lucrativas que ainda não fugiram do país são nacionalizadas
e começam a dar prejuízo. O sector produtivo português está destruído e
o desemprego aumenta descontroladamente. Os emigrantes, necessários ao
país, continuam a partir. As despesas sociais aumentam
descontroladamente. Para fazer face a estas despesas é necessário
aumentar IRS de tal forma que a classe média alta atinge o limiar de
pobreza.
O Governo controla agora por completo os meios de
comunicação. Há uma censura feroz e só passam para a opinião públicas
notícias favoráveis ao governo.
Julho de 2013
O défice descontrolado atinge os 28% e a UE convida Portugal a abandonar a zona euro e a UE.
Já não há emprego, só na função pública. O desemprego atinge os 40% da população ativa.
Agosto de 2013
Já não há empresas a abandonar o país porque já não há empresas.
O défice, esse, continua a aumentar descontroladamente.
Portugal abandona a UE e a NATO por já não ter dinheiro para pagar ao
exército, os equipamentos militares são vendidos a preço de saldo a
países do Médio Oriente e África.
Os Açores são vendidos aos EUA e de imediato Alberto João Jardim decreta a independência da Madeira.
Setembro de 2013
Lisboa é agora uma das cidades mais perigosas do mundo. Já quase não há
polícia por falta de verbas e absolutamente impensável sair de casa à
noite. Lisboa é agora a capital europeia do tráfico de droga. Já não há
dinheiro para assegurar todos os apoios sociais e direitos garantidos
dos trabalhadores.
O sistema de Segurança Social entra em rutura.
Outubro de 2013
A Troika abandona Portugal por já não haver nada a fazer e o Primeiro
Ministro congratula-se por Portugal ter regressado de novo aos mercados
de imediato faz um acordo vantajoso com o Brasil em troca de uma parte
do pagamento da divida portuguesa transforma o Alentejo num enorme campo
prisional para os criminosos brasileiros.
Os portugueses sem
qualificações começam também a procurar outras paragens e muitos emigram
para países com melhor qualidade de vida, nomeadamente para Cabo Verde.
Novembro de 2013
O Brasil é agora considerado o País mais seguro do mundo, a criminalidade é residual.
Portugal assina vários acordos com empresas farmacêuticas e de
transplante de órgãos, devido ao elevado número de mendigos que começam a
desaparecer surgem rumores de que Portugal é agora o paraíso para o
tráfico de órgãos e experiencias cientificas não aprovadas em humanos.
O desemprego está agora em 60% e os salários são cada vez mais baixos.
Os hospitais já não funcionam por falta de médicos e de verbas. Lisboa é
agora uma cidade mais perigosa que Damasco. Na ONU discute-se uma
intervenção em Portugal.
Dezembro de 2013
Chega o Natal.
Moçambique é agora um dos destinos preferidos dos emigrantes
portugueses, que invejam o seu sistema público de saúde.
O Ministro
da Economia mostra-se surpreendido com o sucesso económico de Portugal,
onde a fome atinge apenas 45% da população contra os 57% na Coreia do
Norte. No entanto, a maioria dos indicadores sobre a qualidade de vida
coloca Portugal abaixo da média dos países da África sub-sariana.
Chega-se ao fim de 2013 com um défice foi de 128%, mas o desemprego
mantém-se estável, ligeiramente acima dos 70%.
Janeiro de 2014
A fome e as doenças contagiosas em Portugal são generalizadas. Já não
existe polícia por falta de verbas, e a criminalidade e as máfias
dominam o país. Damasco parece o paraíso.
Fevereiro de 2014
Os Estados Unidos declaram que possuem informações sobre a existência
de fábricas de produção de armas de destruição maciça em Portugal que
estão a ser vendidas ao Irão em troca da compra da dívida e invadem o
país anexando Portugal à recente província americana no Atlântico, The
Azores.
Alexandre Sebastião