sábado, 27 de outubro de 2012

É a economia estúpido!



Sandra tem 35 anos, trabalha como administrativa numa empresa de serviços, recebendo um salário bruto de 750 Euros, o que representa um ordenado líquido de 635. Casada com Hugo, de 37 anos, que trabalha numa empresa no sector da contabilidade tendo como rendimento, mais ou menos o mesmo de Sandra. Nem sempre foi assim, há dois anos a empresa de prestação de serviços de contabilidade em que Hugo trabalhava fechou, colocando-o no desemprego, teve sorte de rapidamente arranjar uma alternativa, mas o seu rendimento baixou significativamente, e desde então tem tentado arranjar outra colocação, mas sem sucesso, até que se resignou, a esperar por melhores dias. Em 2008, nasceu a pequena Joana, única filha do casal, tendo portanto agora quatro anos de idade.
A história passa-se em Janeiro de 2013, com Sandra sentada na cozinha do apartamento que o casal comprou em 2005, num subúrbio da capital de um qualquer país resgatado pela Troika, que faça fronteira com Espanha. Sabe que os próximos ordenados vão ser menores, espera pela transferência para saber ao certo quanto, mas espera qualquer coisa entre os 120 e os 150 euros, ou seja, vai passar a viver com cerca de 1350 Euros.
Discorre sobre o assunto e sente-se assustada. O empréstimo da casa, pese embora tenha baixado muito nas prestações, na verdade leva metade desse rendimento, e com os cortes que o casal tem sofrido, Sandra e Hugo têm abdicado de tudo para manter o essencial, e para que nada falte à filha. “150 Euros fazem muita falta, onde vou eu cortar 150 Euros” eleva a voz angustiada. Na alimentação é impossível, estão nos mínimos, nos transportes, não consegue, porque ambos necessitam de se deslocar para chegar aos empregos, o segundo carro do casal desapareceu em 2010, para fazer frente à situação de Hugo. O outro é necessário, absolutamente necessário, para as deslocações de Sandra e de Joana.
Apenas lhe sobra o colégio de Joana, a última coisa que Sandra queria cortar, mas perante a evidência dos números, a única alternativa viável, são 250 Euros mensais, e tem a consciência que não os pode suportar. Aliás, já há em Setembro hesitou na inscrição, e já teve atrasos na prestação, que aliviou quando recebeu o subsídio de natal. Chama Hugo que se encontrava na sala a assistir à televisão, sem TV Cabo há largos meses, e comunicou-lhe que iria retirar Joana do colégio, a partir de Fevereiro. Hugo, como em outras situações acedeu, sentia uma certa vergonha, mas não estava em condições contrapor.
Na manhã seguinte Sandra sai mais cedo de casa, com tempo suficiente para avisar Helena, a directora e proprietária do Colégio frequentado por Joana, da decisão do casal. Helena, confrontada com a decisão, não disfarçou o incómodo, só nesta semana era a terceira notícia destas que recebia, e o colégio que montou há uma década nunca tinha passado por uma situação semelhante, já aguentava seis meses em prejuízo, tendo perdido metade das crianças inscritas. A sua angústia prendia-se com a decisão que teria de tomar, tinha de despedir mais pessoas, pelo menos uma, para evitar fechar, e tentar obter algum sustento para si, que mercê das circunstâncias, também já tinha reduzido todas as despesas, pessoais e do colégio ao mínimo, vivia das poupanças dos tempos melhores.
Avançou para a decisão, chamou Susana, e comunicou-lhe que teria de prescindir dos seus serviços, e consequentemente dos 500 Euros mensais que auferia. No entanto, esta estaria protegida pelo subsídio de desemprego que duraria pelo menos quinze meses, e que apesar de tudo não representa um rendimento tão diferente do que tem hoje em dia. Susana, que já esperava a notícia há algum tempo conformou-se, afinal iria receber a indemnização e depois o subsídio, nos primeiros tempos até estaria melhor, depois se veria.
Helena sabia que ainda não era suficiente, e terminado o dia de trabalho, pediu para falar com a sua emprega doméstica, que todas as semanas se deslocava à residência, e propor-lhe a redução para 2 dias por mês, esta situação, já a andava a evitar há algum tempo, uma vez que Rosa, a sua empregada, se encontrava inscrita na Segurança Social, e a lei exige um mínimo de 30 horas mensais, a redução implicava a renúncia de contrato, e o cair de Rosa fora do sistema de protecção, mas não tinha alternativa. Confrontada, com a nova realidade, e sabendo os problemas porque Helena passava, Rosa acedeu, perdia 2 dias e a Segurança Social, “mas que raio, vão-se os anéis ficam os dedos”.
Voltando a Sandra, tinha agora um outro problema para resolver, onde colocar Joana nas horas de trabalho, nos dias seguintes deixou-a com a mãe, Maria Augusta de 67 anos, viúva que toda a vida tinha sido doméstica e que sobrevivia com uma pequena pensão de 400 Euros, que ficou da morte do marido há 3 anos.

Sandra, não estava contente com a situação, sabia que a mãe era uma mulher doente, com várias complicações cardio-vasculares, e que não vivia de forma desafogada, antes pelo contrário. Os 400 Euros eram esticados de uma forma quase olímpica para durarem os 30 dias. A farmácia era um problema, os medicamentos do coração, custavam 60 Euros, a renda da casa, embora antiga, estava agora nos 75, mercê da nova lei das rendas, a electricidade tinha aumentado, e já não podia reduzir o consumo, a sua alimentação e as restantes despesas davam conta do rendimento até ao último cêntimo, e parecendo que não, tanto por questões económicas como de saúde uma criança 8 horas ao dia, não era aconselhável.
Sandra pediu à mãe, e no primeiro dia de Fevereiro, lá ficou a pequena Joana. Não sabia por quanto tempo, uma vez que Sandra vasculhou nos estabelecimentos do pré-escolar e vagas nem uma, talvez em Setembro diziam-lhe. Combinaram que a avó trataria da alimentação da criança, ajuda concedida por Maria Augusta sem saber muito bem como a suportar, uma vez que faltavam dez dias para receber a pensão, e o dinheiro estava mesmo a acabar, e ainda faltava a farmácia, que dentro de dois dias os medicamentos do coração acabavam, “mas que raio era sua neta”, tinha de ajudar, e coitada da filha tão angustiada que andava.
Maria Augusta lembrou que 6 meses antes tinha estado duas semanas sem tomar um dos medicamentos do coração, que estava esgotado e que não sentiu grandes diferenças, agora seriam 8 dias, e podia suportar a alimentação da neta e assim ajudar a filha. No dia seguinte, dirigiu-se à farmácia habitual, e pediu para não lhe aviarem o medicamento mais caro, ficando a receita para dia 11 ou 12, altura em que receberia nova pensão.
Joana estava numa idade complicada e exigia muito da avó, que chegava às 18h30 de cada tarde exausta, e era com alívio que via chegar Sandra, para recolher a filha, o cansaço ia-se acumulando, mas não se queixou, uma vez que estava convencida que dentro de poucos dias estaria habituada. Na tarde do dia 6, sentiu tonturas quando estava a arrumar os pertences da neta, antes da filha a vir buscar.

Quando por volta das 18h40 Sandra entra em casa da mãe encontra-a prostrada no sofá, com a neta a brincar aos seus pés. Chama uma ambulância, e encaminha a mãe para o hospital mais próximo, onde lhe é diagnosticado um Acidente Vascular Cerebral (AVC), felizmente ainda a tempo de ser socorrida, mas exigindo internamento nos próximos 15 dias, e uma bateria de exames e tratamentos. No dia da alta, mercê do novo sistema de informação ao utente do Serviço Nacional de Saude, Sandra é informada que o tratamento da mão, embora quase gratuito, tinha custado 10 787 Euros, aos quais irá acrescer os tratamentos futuros, alguns para a vida toda.
Poderia continuar a acrescentar personagens e situações a esta história. Não é necessário, o ponto é o seguinte o Estado vai retirar a Sandra e Hugo no mês de Janeiro 150 Euros, receita fiscal efectiva liquidada, com isto perdeu directamente 15 euros do IVA do colégio de Joana, portanto ficamos com 135, perdeu 55 Euros da Segurança Social de Susana, e 20,55 Euros das contribuições de Rosa, portanto 75,55 Euros, ficamos com 59,45 Euros de receita efectiva, com os quais terá de enfrentar o subsídio de desemprego de Susana que serão 400 Euros, e os tratamentos de Maria Augusta.
Não tenho dúvidas, isto vai resultar.

António Vicente
P.S. Aconselho ao ministro Gaspar o filme The Butterfly Effect , ajuda à compreensão do acima exposto

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O Pior Ministro da Educação de Sempre


A educação é um pouco como o futebol, só porque a malta deu uns toques numa bola quando são adultos todos se acham os melhores treinadores de bancada, com a educação é o mesmo, só porque a malta andou na escola todos acham que percebem muito do assunto. Então se o Ministro da Educação for simpático e sorridente para a comunicação social, então é porque deve estar a trabalhar bem.

Enfim se os professores protestam é por uma qualquer razão corporativa e não são levados a sérios.

As questões que denuncio são técnicas e nem sempre são entendidas, hoje vou falar da última aberração deste Ministro da Educação de forma o mais simples possível  para que todos possam perceber.

1 -  Há dois tipos de escolas, as TEIP e as outras;
2 - As TEIP têm autonomia para contratar os professores, as outras não;
3 - Nas outras os professores são colocados em concurso nacional onde apenas conta a sua graduação profissional (tempo de serviço mais a classificação académica e profissional);
4 - Nas TEIP há um concurso de escola onde a graduação profissional conta 50% e os outros 50% fica ao critério da escola TEIP;
5 - Ora estes últimos 50% gerou muita polémica pois as escolas colocavam critérios de tal forma que só faltava lá meter o nome do professor (e houve um caso em que uma escola meteu mesmo);
6 - Quando este ano lectivo se iniciou as escolas TEIP contrataram os professores que precisavam sendo que esses professores saíram do concurso nacional pois já estavam colocados numa escola;

---- estenderam até aqui? boa-----

7 - Eis que o nosso Ministro decidiu, em 16 de Outubro de 2012, esclarecer que subcritérios (os últimos 50%) podiam ou não podiam ser usados pelas escolas

"Não são admissíveis subcritérios de entrevista (perguntas) ou avaliação curricular (itens) que violem os princípios da legalidade e igualdade entre os candidatos, a que a Administração está vinculada, nomeadamente:
a) continuidade pedagógica ou lecionação no estabelecimento de ensino em anos anteriores;
b) experiência de ensino na escola TEIP que procede à oferta de escola;
c) experiência de ensino em determinada oferta educativa ou formativa (ex: cursos CEF, EFA e cursos profissionais, formação modulares e CNO);
d) conhecimento da realidade socioeconómica do agrupamento;
e) critérios de seleção em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território, religião, convicções políticas ou ideológicas, situação económica, condição social ou orientação sexual."
Fonte

8 - Estes subcritérios acima mencionados foram os mais usados pelas escolas TEIP;
9 - Até aqui tudo bem, corrigiu algo que podia estar menos bem mas depois decidiu isto

"Na sequência das averiguações desenvolvidas pela Inspeção Geral da Educação e Ciência relativamente às contratações de professores, foram verificadas em algumas escolas incorreções na aplicação do quadro legal em vigor nas contratações de escola. Assim, o Ministério da Educação e Ciência, através do Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, determinou a anulação dos procedimentos concursais nos casos em que se registaram desconformidades que comprometeram a legalidade das contratações.

Para assegurar que não há qualquer interrupção das atividades letivas dos alunos, os contratos em causa só serão anulados no momento da entrada do novo docente, se a tal eventualmente houver lugar, isto é, se a repetição dos procedimentos do concurso resultar na seleção de outro candidato.

Relativamente aos professores, será acautelada a contagem do tempo de serviço e a remuneração já recebida, devendo estes docentes regressar à reserva de recrutamento caso tenham concorrido ao concurso para a satisfação das necessidades temporárias. Podem ainda, naturalmente, candidatar-se à mesma oferta de escola onde inicialmente tinham sido colocados." Fonte

------continuam a entender?---!!!---

10 - Podem pensar que isto apenas afecta os professores e que "pronto é um problema da classe dos professores e não me afecta a mim", mas não é verdade afecta o funcionamento das escolas e os alunos que em vez de terem um professor têm mais do que um, o que é mau, pergunto-vos se estiverem numa mesa de cirurgia com o cirurgião que já conhecem o trabalho gostavam de o ver substituído a meio da operação? Pois.. os alunos também não.


Alexandre Sebastião


terça-feira, 23 de outubro de 2012

O primeiro salário de Janeiro de 2013



Hoje em conversa com uma senhora, bem formada, que trabalha numa área onde tem alguma informação financeira, lá me dizia ela que para o ano "temos de nos aguentar" e quando lhe começava a explicar lá retorquía ela que "pois as pessoas têm de baixar um pouco o seu nível de vida".

Por fim acho que me consegui fazer entender pois quando a deixei ela não tinha o mesmo brilho nos olhos. Na verdade não se trata de "aguentar" nem de "baixar um pouco o nível de vida", não se vai aguentar porque se vai cair para o ZERO. 

Os Bancos fizeram o "favor" de sobre-avaliar as casas há uns anos e a pessoas naturalmente adequaram a sua vida ao que ganhavam. Agora ganham menos e vão ganhar ainda menos, numa situação normal o que deviam fazer era vender a casa e comprar uma casa mais modesta e adequada à sua nova realidade orçamental. Pois é... mas mesmo que consigam vender a casa ninguém lhes paga o valor pelo qual o Banco as avaliou. Num País decente devíamos poder entregar a casa ao Banco e ficar com a divida saldada, afinal se o Banco lhe atribuiu aquele valor só tinha mais era que assumir a avaliação que fez. 

Ou seja temos um Estado e um Mercado Interno que não só nos penaliza no ordenado como ainda nos cria todo um conjunto de dificuldades para que o individuo possa voltar ao Mercado com liquidez.

Actualmente já há muitas famílias que a 15/20 dias de receber o próximo salário já não têm dinheiro, para o ano será bem pior muito pior. 

A questão que quero aqui levantar é a do primeiro salário de 2013, todos os dados técnicos que aparecem nos meios de informação (alguns mal feitos), a maioria das pessoas não entende, acredito mesmo que a maioria pense que "esta coisa que andam a falar do IRS" se referira a qualquer penalização que vão ter quando apresentarem a declaração de IRS.

Acredito mesmo que só no dia em que recebam o primeiro salário de 2013 é que se apercebam que vão ganhar menos por mês e que nesse dia percebam que não vão conseguir assegurar todas as suas responsabilidades.

Acho bem que os actuais governantes andem protegidos por muita segurança pois depois de Janeiro não sei bem o que pode acontecer.

Alexandre Sebastião

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

'Desorçamento' de Estado

Ao longo da história da III República, todos os Orçamentos de Estado sempre foi a cortar pouco na despesa e aumentar sempre a receita fiscal. Nunca se pensou no futuro do Estado, na saúde dos portugueses, na Segurança Social dos portugueses que neste momento está frágil…

Foi preciso dois dias e meio para entregar 10 discos amovíveis portáteis (ou na gíria popular por ‘pens’ esquecendo-se que não são canetas de dados…) e um caderno grosso à Senhora Presidente da Assembleia da República para nos dizer que a equação da receita e da despesa não passa de 80% e 20%, respectivamente.

Depois de um documento entregue, apresenta ao país, numa conferência de imprensa, dando uma ‘gonorreia’ de explicações macarrónicas a ponto do Senhor Ministro das Finanças dizer publicamente que ‘está a retribuir ao Estado Português a educação que lhe foi dada’. Mas desde quando é que o Estado Português têm de ser retribuído, tendo um Ministro que falha nas suas previsões e nas suas contas?... Quem deve estar agradecido ao Estado Português são os países que receberam milhares, ou até mesmo talvez milhões, de jovens que acabaram os seus cursos e que foram obrigados a emigrar porque se sentem ‘empurrados’ ou mesmo marginalizados pelo seu próprio país em não recebê-los e garantir o seu futuro no seu próprio país que tanto amam.

Só dizendo esta última frase, recorda-me uma das minhas intervenções públicas numa Assembleia de Freguesia, durante o mandato de José Sócrates no Governo: «Eu amo o meu país! Amo a minha freguesia! Mas não amo aqueles que nos Governam!» E é verdade!... Por muito que custe dizer, é verdade! Quem é o cidadão luso que não gosta do seu próprio país? Quem é o cidadão luso que não gosta de defender a sua terra? Ou as suas gentes?... Eu diria todos! E isso é motivo de orgulho do Estado Português!
Voltando ao assunto…

A receita vêm sempre dos mesmos do costume… Daqueles que trabalham, daqueles que tentam estabilizar as suas empresas e agora daqueles que não têm a culpa por lhes terem obrigado a irem para o desemprego. No princípio a teoria era baixar a Taxa Social Única das empresas e aumentar a dos trabalhadores. Mas como não reuniu consensos, sejam eles sociais, políticos e institucionais, o povo veio à rua e ganhou essa luta. Mas os dois teimosos compulsivos do costume (estou a falar de Pedro Passos Coelho e Vítor Gaspar) tentaram arranjar outro ‘cambalacho’ para tapar um défice que era para ser de 4,5% para ser em 6%, dado que a ‘troika’ reviu os dados da despesa pública de Portugal. Então reduziu de 8 para 5 escalões de IRS para prejudicar aquele que ganha o salário médio (estamos a falar entre os 750 Euros e os 1000 Euros por mês) e colocando uma sobretaxa de solidariedade (como se eles soubessem o que é isso de solidariedade) de 4% que pode implicar ficar sem um subsídio (seja ele de férias ou de Natal). Mas o mais grave de tudo neste Orçamento, é que aumentam em mais 2% no IRC das empresas o que significava que os cidadãos (sejam eles singulares ou coletivos) sejam todos ricos, mesmo que ganhe uns miseráveis 485 Euros por mês ou que tenha lucros marginais de 5 mil Euros anuais. Já para não dizer o ‘quão’ ridículo de dar 20% de um prémio de jogo de sociedade como o Euromilhões. Já pensaram que em vez de ganhar 15 Milhões de Euros para ganhar 12 Milhões de Euros, fora o resto dos impostos que ainda irá pagar?...
Na despesa… Pois corta-se pouco ou mesmo nada! E ainda querem sugestões?...

O Governo, mais propriamente o Ministro da Economia e da Defesa, foram a correr aos dois telejornais explicar uma cartilha muito mal contada. Mas não pensem que foram os únicos que tentaram explicar mal a cartilha do Ministro das Finanças. Pedro Pinto, membro da Comissão Política Nacional do PSD, numa Assembleia de Militantes da Distrital de Lisboa, andou a falar durante uma hora em disparates e sempre a acusar o PS de ser o único responsável por duplicar o valor da dívida esquecendo-se que o PSD, durante os curtos mandatos que teve, também foi responsável de muitas dívidas que fez no passado e hoje continua a fazer.

Só de ouvir aquela hora de disparates, deu-me vontade de dizer:
Oiça lá Senhor (Pedro Pinto)! Porque esta a contar barbaridades sem nexo e que em nada têm a ver com a questão do Orçamento de Estado? Será que teve a capacidade de fazer algumas contas que os portugueses podem dar?... Dizer que a PT, a EDP e a Galp (os interesseiros do costume) conseguiram obter financiamentos externos é que vai ajudar as pequenas e médias empresas?! Será que está esquecido que os empréstimos obrigacionistas implica que durante 6 anos (recordando o caso PT, que tenho mais conhecimento), a PT têm de devolver com juros esse empréstimo e que nem sempre é externo? Eu já trabalhei para algumas instituições bancárias e posso dizer que o mercado de obrigações basta que alguém tenha dinheiro e não têm rosto porque são as Entidades Financiadoras (neste caso os Bancos com a devia autorização da CMVM – Comissão de Mercados de Valores Mobiliários) que estão a representar esses mesmos investidores. Então que me têm a dizer sobre o empréstimo do Estado de cerca de 600 Milhões de Euros que vamos deixar de pagar para contrair três novos empréstimos, em três diferentes prazos, que totalizam 1 850 Milhões de Euros?...

Não me venham com a desculpa que é do PS, que isso os portugueses já sabem, mas sim de TODOS OS GOVERNOS que geriram mal o país! Uma coisa posso concordar consigo, Sr. Pedro Pinto, que o PSD tinha possibilidades de fazer as reformas estruturais mas não acredito que não tenham tido coragem para executar. Porque para executar essas mesmas reformas é preciso ter dinheiro, que neste momento não existe!

O CDS-PP já começa a demarcar-se de forma discreta mas o Governo já não terá condições para continuar a Governar…
Que venha um Governo de Salvação Nacional de pessoas competentes!


Miguel Couto

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A Sopa de Pedra em 2013

Um tuga pobre e com fome, chegou a uma casa e, orgulhoso demais para simplesmente pedir comida, pediu aos donos da casa que lhe emprestassem uma panela para ele preparar uma sopa – de pedra... E tirou do seu bolso uma bela pedra lisa e bem lavada. Os donos da casa ficaram curiosos e, de imediato, deixaram entrar o seu compadre tuga para a cozinha e deram-lhe a panela. O tuga colocou a panela ao lume só com a pedra, mas logo disse que era preciso temperar a sopa... A dona da casa deu-lhe o sal, mas ele sugeriu que era melhor se fosse um bocado de chouriço ou toucinho.

De imediato os donos da casa começaram a rir e depois a chorar, por fim disseram - ora bolas e nós a pensarmos que íamos comer melhor do que ontem.

Comeram todos juntos a sopa e, no final, o tuga retirou cuidadosamente a pedra da panela, lavou-a e voltou a guardá-la no seu bolso... para a sopa seguinte
 
Alexandre Sebastião

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

"O PSD é uma massa amorfa"

A frase é da autoria do Dr. António Capucho fonte 

Faço aqui um breve comentário a esta frase, "massa amorfa", a palavra amorfo tem vários significados, "Que não tem forma determinada", "Sem vivacidade", "sem energia", "inativo" e vários sinónimos, "disforme", "horrendo", "hórrido", "informe", "monstruoso". 

Dou por mim a olhar para estes significados e sinónimos e não deixo de achar que a palavra escolhida para caracterizar o actual momento do PSD por parte de um dos fundadores deste partido não podia ter sido a mais indicada.

Tirando alguns militantes isolados (e comprometidos com a actual Direcção do PSD) não se vê ninguém  a defender a actual orientação política da Direcção do PSD, a companheira Berta fez uma campanha fantástica nos Açores, merecia ganhar? merecia, o candidato do PS não podia ser pior? não podia, mas perdeu por causa da "contaminação" de quem actualmente está à frente do PSD.

Agora anda um conjunto de possíveis candidatos às próximas eleições autárquicas a pensar como é que se descola desta malta que está à frente do PSD. Alguém se imagina a fazer campanha com o relvas ao lado? Ou com o líder do partido? Admito que a companheira Berta não se tenha imaginado nesse papel, se foi por iniciativa da companheira Berta que o líder não foi aos Açores, fez bem... ainda se arriscava a levar com alguma coisa na cabeça.

Depois, há que se diga supra-partidário, outros ainda ameaçam concorrer como independentes, é o desnorte completo, mas alguém acha sério que uma pessoa que toda a vida pertenceu a um partido venha à última da hora colocar-se à margem só porque a actual liderança desvirtuou a social-democracia que sempre nos pautou?

O caminho tem de ser outro, o da mudança interna, o da exigência de devolver o PSD ao PSD. Vamos perder muitas Câmaras e Freguesias nas próximas eleições autárquicas? vamos pois, vamos ser ofendidos por andar com a bandeira do PSD a fazer campanha de rua? vamos sim, mas isso não deve demover as nossas convicções de sociais-democratas porque quem não age por convicção está a mais na política.

Alexandre Sebastião

sábado, 13 de outubro de 2012

A Treta e a Troika

“Temos que nos ver livres da Troika”, este passou a ser o pilar fundamental da estratégia governativa nos últimos dias. Passos Coelho não para de o repetir, aproveitando de uma forma pouco séria, o sentimento que rapidamente se vai instalando na sociedade portuguesa contra a intervenção externa a que o país se submeteu no ano passado.
O verniz estalou e o aparente noivado entre o governo e os fiscais dos nossos credores rompeu-se na última avaliação efectuada no passado mês de Setembro. Parece que a noiva descobriu que o noivo, aparentemente muito poupadinho e bem comportado, afinal não passava de um estouvado, com más companhias e, que aproveitava as suas ausências para todo o tipo de comportamentos censuráveis. O noivo apanhado em flagrante, passou a gritar aos sete ventos que se queria ver livre dela. Aonde é que já vi esta história.
 Eu pela minha parte, confesso-me um indefectível apoiante do inverso, e por isso rogo “que a Troika nos livre deste governo”, e aqui tentarei desmistificar a enorme atoarda para a qual nos estão a tentar convencer do oposto.
Em primeiro lugar, temos que compreender a quem serve a hipotética e, acrescento patética, saída da Troika de Portugal? Se atentarmos nas circunstâncias que estiveram na origem da sua entrada, rapidamente verificamos que estas se mantêm, e que dezoito meses depois continuamos a necessitar, quer gostemos quer não, da Troika, e dos milhares de milhões de Euros que esta representa.
Qual então a razão pela qual estará o governo tão empenhado em que estes abandonem o país. Simples, temem que o controlo externo a que se encontram sujeitos, não lhes permita usar e abusar na plenitude do aparelho de Estado, que agora governam, mas que ainda não tiveram oportunidade de controlar.
Temem que, após a mais que certa derrota nas eleições autárquicas do próximo ano, não possam abrigar no chapéu-de-chuva do Estado os milhares de boys e girls, do aparelho partidário, que constituem a base de apoio que os levou, e mantem, no poder.
 Temem, não poder sentar-se a mesa a discutir PPP’s, TGV´s, SCUT´s e outras sumptuárias, que nos conduziram à desgraça em que nos encontramos com os representantes da finança, e assim assegurar o seu futuro pós-governo.
Em resumo, temem que se não forem para além da Troika, se não correrem com a Troika, e em consequência terem o acesso aos tão desejados mercados a seu bel prazer, não poderão cumprir a suprema missão para a qual foram educados, continuar a salvaguardar o interesse próprio, e com isto a esventrar o futuro de Portugal e dos portugueses.
E é por isto que não querem cortar na despesa, para além dos desgraçados dos funcionários públicos, e da saúde e educação dos portugueses, e é por isto que se preparam para nos dizimar com um aumento de IRS sem precedentes.

António Vicente

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Migas e/ou Papas de Milho

Nos tempos que correm sou um homem com sorte.
A minha avó materna (que sendo Católica Deus a tem) ensinou-me a fazer papas de milho com "piques" como ela dizia. Já vamos aos "piques", não tem nada de que saber só é preciso farinha de milho água e sal (e os tais "piques" que são um luxo), o prato apesar dos ingredientes é mais difícil de confeccionar do que possam pensar, tem de se meter a proporção da água certa para a farinha de milho e depois da água a ferver tem de se acrescentar LENTAMENTE a farinha e ir mexendo para a farinha ficar totalmente desfeita e não ganhar "caroços", é muito tempo a mexer com a colher de pau até ter as papas de milho. Depois disto temos um dos pratos que alimentou a minha avó que vivia de forma miserável.

Certo... os "piques", quando havia um pedaço de chouriço, fritavam-se umas rodelas em banha e depois metiam-se essas rodelas em cima das papas de farinha de milho, assim cada um servia-se das papas com uma rodela de chouriço e a sua respectiva gordura. 

Família alimentada.
Depois há a Açorda... sinceramente prefiro comer pão e  beber água a seguir do que comer uma açorda, deve ser dos poucos pratos que não gosto, ok a água da açorda tem um sabor agradável mas o pão assim não gosto, o mesmo em relação à migas, pão desfeito em água para mim só para os patos.

Felizmente casei com uma mulher que consegue transformar um pão desfeito com alho e azeite em algo delicioso ou seja consigo adorar as migas que a minha mulher faz.

A continuar assim sou um homem sortudo pois cá em casa papas de milho e migas vão encher com gosto a barriga da família tal como acontecia com os meus antepassados há três gerações atrás.

Alexandre Sebastião

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Má sorte ter nascido cobrador de impostos



Há uns dias recebi cá em casa a nova avaliação do IMI da minha casa de imediato me dirigi às Finanças cá do sitio para lhes vender a casa.

A senhora muito educada que me atendeu disse-me que as Finanças não estava no negócio de comprar casas eu lá lhe tentei explicar que a avaliação que fizeram da casa era muito superior ao preço do mercado e que pela avaliação das Finanças na actual situação do mercado que eu comprava duas iguais.

Nada feito saí de lá sem vender a casa e ainda com pena da senhora que me contou que o IMI da casa dela subiu para o triplo porque mora encostada à linha de comboio, desgraçada da senhora já não lhe basta ouvir dia e noite os comboios, e ter os pratos bem guardados não vão eles caírem com a trepidação do movimento ferroviário, como ainda agora tem de pagar mais por viver assim.

Lá vai o tempo em que se recebia o cobrador de impostos à paulada e depois era despachado para a Fazenda Pública à pedrada, o Gaspar conseguiu o milagre de até termos pena de quem nos vai ao bolso.


Alexandre Sebastião

domingo, 7 de outubro de 2012

No país das formigas, dos carros novos, das cigarras e dos cigarros


No país das formigas, dos carros novos, das cigarras e dos cigarros
Perante o desastre da execução orçamental deste ano, os portugueses foram brindados com diversas afirmações desalinhadas e incoerentes por parte dos nossos, desorientados, governantes: “o sucesso depende da nossa vontade colectiva”; “o país das muitas cigarras e das poucas formigas”; ou o mais recente “o melhor povo do mundo”.
Tentar encontrar um fio condutor, ou uma lógica realista para esta catadupa de verborreia pedagógica, configura-se um exercício particularmente complicado, desde logo porque se percebe que os juízos de valor que os governantes vão formulando sobre o povo que governam, mudam com a velocidade das marés, consoante o palco e o tempo em que vão sendo enunciados. Perante o insucesso, somos um país de mandraços, piegas, etc., quando nos anunciam o “assalto á mão armada”, nas palavras de Marques Mendes (não minhas), já somos os melhores do mundo.
Este palco privilegiado para humoristas e cartoonistas, quando analisado com um pouco mais de atenção, acaba por nos revelar uma aterrorizadora realidade, esta gente para além de não nos saber governar, odeia-nos de morte, e acha-nos merecedores de todos os castigos, uma vez que nos culpa de todos os seus insucessos.
Iniciaremos pelo insucesso e pela nossa vontade colectiva. De facto, a execução orçamental de 2012 é um verdadeiro desastre, impossível de esconder, e complicado de justificar. Atentemos nos números, o défice consolidado do Estado é de 6,8% do Produto Interno Bruto, no final do mês de Agosto, tornando impossível que tecnicamente se venha a atingir algo parecido com os, agora, 5% negociados com a troika.  Aliás poderão estar criadas as condições para o défice deste ano, envergonhar os números apresentados pelos governos do Eng.º Sócrates.
Qual é então a razão do nosso insucesso colectivo? Assim exprimido pelo nosso primeiro-ministro. Um olhar rápido pela execução orçamental, revela a resposta: Incompetência, pura incompetência. Em Maio deste ano, deste ano, ressalvo, o governo apresentou um orçamento rectificativo, aliás o quarto do ano, o que por si só revela a capacidade de previsão instalada no Terreiro do Paço, no qual previa, do lado da receita 586 milhões de euros, quando levava de execução nos cinco primeiros meses 164,5 milhões, ou seja, um desvio de 32%, ou 190 milhões de euros. No Iva, entre a previsão e a execução a Maio, 323 milhões de Euros. No imposto sobre o tabaco, 221 milhões. Só nestas três rubricas perto de 750 milhões de Euros, de desvio em impostos não cobrados, sobre o consumo.
Ou seja, as cigarras transformaram-se em formigas, deixaram de frequentar stands de automóveis, ir aos restaurantes e de fumar, e daqui deriva o nosso insucesso colectivo, que tanto irrita os nossos governantes. Daqui das duas uma, ou estamos perante um erro de previsão, o que se revela de uma incompetência atroz, pois em Maio, estava-se a fazer prognósticos a meio do jogo, ou perante uma manobra mal executada de fintar a troika naquilo que esta tem mais dificuldade em controlar. Sendo uma ou outra, o governo tem de assumir a sua incapacidade.

António Vicente











sábado, 6 de outubro de 2012

A miséria é inimiga da democracia



Já houve um tempo, e falo da I República, onde  muitos dos que nos governavam andavam a brincar às lojas maçónicas de tal forma que a luta pelo poder parecia apenas uma disputa entre as diferentes lojas maçónicas que cresciam como cogumelos em Lisboa.

A divida crescia, o Estado estava cada vez mais dependente do exterior e o povo cada vez mais miserável, acabou mal a brincadeira, com a tropa na rua, e por fim com a Ditadura.

Poderão pensar “hoje isso não seria possível”, porque não? Pode sim, as sociedades alternam sempre entre a liberdade e a segurança, e quando falo em segurança não falo em apenas da segurança de andar na rua sem ser assaltado, falo da segurança de não ser assaltado por quem nos governa, pela segurança de ter trabalho, pela segurança de ter comida na mesa.

Parece que voltamos ao mesmo, temos um grupelho de gente formada em Lojas Maçónicas de segunda categoria que toma de assalto os partidos políticos e assim chegam ao poder, a lógica é a mesma o poder pelo poder.

A única via para a salvação nacional é a social-democracia e esta gente que tomou de assalto o PSD para ter o poder pelo poder tem de sair e dar lugar aos verdadeiros sociais-democratas.

Alexandre Sebastião

Duas Gerações, Uma Visão



Eu sou jovem, admito! Mas tenho que admitir que é este o homem que eu admiro e que revejo-me. Infelizmente, eu só nasci 3 anos depois deste Bom Homem ter falecido. Mas o Partido que Ele fundou entrou no seu desnorte…

É triste ver o ‘meu’ partido (porque já entrou no meu coração, por causa de Sá Carneiro) a desviar-se, e têm militantes que continuam a conspurcar com ideais que não são Social-Democracia.

Num artigo de opinião, na qual eu me expressei a minha opinião do que seria a visão futurista que Sá Carneiro desejava para Portugal, disse: «Sá Carneiro era um Homem Justo, não é por acaso que foi um reputado e prestigiado Advogado que não precisava da profissão para defender os ‘superiores’ interesses dos cidadãos, têm dito muitas coisas que, do meu ponto de vista, ainda são actuais mesmo ainda estando a sete palmos debaixo da terra.» E é verdade, Sá Carneiro defendia a Causa Pública como se fosse algo para si. Mas agora olha-se para o actual PSD, o PSD de Pedro Passos Coelho, não é de perto nem de longe o Sá Carneiro do Século XXI.

Hoje concretizamos o sonho de Sá Carneiro, é um facto… Mas uma coisa era o sonho de um Homem que tinha tudo pensado e com pessoas da sua inteira confiança e de elevada reputação, com um Primeiro-Ministro que, antes de o ser, pede ‘desculpas’ aos Portugueses e que não têm o mínimo de sensibilidade nos mesmos Portugueses, sejam eles militantes, simpatizantes ou mesmo simples eleitores, que lhe deram confiança política para ‘endireitar’ Portugal. Como é possível que tenhamos um Governo que se diz Social-Democrata se esquece dos valores que Sá Carneiro nos deixou?...

Liberdade, Igualdade e Solidariedade! Ou para a gíria popular: Paz, Pão e Dinheiro! Onde estão eles?... Hoje não temos um povo livre, não temos um povo igual como a Constituição diz, não vemos solidariedade de quem ocupa cargos públicos, não vemos um povo em paz, nem com pão nas suas mesas e, o pior de tudo, o dinheiro para poderem sobreviver neste ‘maravilhoso cantinho à beira-mar plantado’…

Desde que este Governo iniciou funções, parece ridículo o que vou dizer, nunca fez outra coisa que não seja ‘jobs of the boys’! ‘Boys’ e ‘girls’ da pior espécie! Que passam a vida a fazer de damas (e cavalheiros) de companhia dos nossos governantes sem o mínimo de respeito pelo militante base que trabalha e que têm de consolidar uma imagem da ideologia do seu partido para os cidadãos, que foi isso que Sá Carneiro ensinou a todos os Sociais-Democratas que vivem com intensidade o seu partido.

Citando Sá Carneiro, que é muito actual e que é revelador do meu sentimento Sá Carneirista: «A intervenção activa é a única possibilidade que temos de tentar passar do isolamento das nossas ideias e das teorias das nossas palavras à realidade da actuação prática, sem a qual as ideias definham e as palavras se tornam ocas. Trata-se, portanto, de um direito e de um dever que nos assiste como simples cidadãos, pelo qual não nos devemos cansar de lutar e ao qual não nos podemos esquivar a corresponder.»

Ao citar estas palavras, o actual Governo e liderança do PSD corresponde ao que Sá Carneiro disse? Infelizmente não. Porque o que lhes interessou foi a cobiça por um ‘pote’ que não é seu.

Onde está a responsabilidade?... Está nas empresas que são proprietários para conseguir ter a vida facilitada?... Errado! Isto não é Social-Democracia!

Pelo que faço um apelo: Demarquem-se! E já agora que digam qual foi a ‘cartilha’ que o PSD ensinou?... Certamente que não foi Sá Carneiro…

Eu tenho a visão de Sá Carneiro! E o que tenho a dizer é pedir desculpa a todos os portugueses, e tal como eu fomos todos enganados e me envergonho com este caminho que estamos a trilhar. Mas espero que esta ‘escumalharia’ abandone o Nosso Partido e voltarmos à sua génese inicial: Liberdade, Igualdade e Solidariedade! Ou Paz, Pão Dinheiro!


Miguel Couto